Segui teus conselhos,
caro poeta, e embriagado
feito um passarinho
deixei-me levar o destino.
Bebi a vida em doses
cavalares, provei o vinho
da boa safra,
entornei com alegria
o cálice mágico da poesia.
E perguntei as vagas
porque crispavam os oceanos,
as estrelas porque luziam?
Deixei o sol dourar-me a face,
o vento afaga- me os cabelos,
sonhei um relógio
em que o tempo parasse
para que fossemos
jovens para sempre.
O álcool duplica
o brilho das estrelas.
A tampa
da garrafa de repente
virou flor:
Abelha embriagada
ficou tonta de licor!
A noite é uma criança,
nós somos seu brinquedo;
não sou eu que chego tarde,
é o sol que vem mais cedo.
Lapida na lida
a pedra do sonho
computa o lucro
divide o ganho
assume a perda
semeia a terra
abole a guerra
tange o rebanho
reprime o medo
afia o gadanho
alegra teu rosto
lavra este dia
entorna o mosto
lambe o lagar
abafa teu berro
colhe esta safra
macera esta uva
prova teu vinho
corra perigo
mas não incorra
no erro antigo
visite os amigos
tente sempre
evite o nunca
esteja contente
encontre saÃdas
alarga tua vida.
Os pássaros sempre me fascinaram, quer pela leveza do voo, quer pela beleza das plumas multicoloridas ou pelo esplendor de seu canto. As aves seduzem e encantam aos homens desde o primórdio dos tempos.
Imagino que Deus deva ter levado mais tempo para inventá-las do que aos demais animais; e que deva ter dotado os anjos, logo depois de tê-los criado, com um par de asas, para que estes não sentissem inveja de tão formosas criaturas.
Aliás, se eu fosse Ele, do alto de todo o seu poder irrestrito, daria ao paraÃso um céu repleto de pássaros.
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